Base de Pesquisa Teológica

 A teologia escatológica da Assembleia de Deus é fundamentada nas Escrituras Sagradas e busca entender os sinais do fim dos tempos à luz da Palavra de Deus, com base em passagens chave da Bíblia, como os livros de Daniel, Mateus, Apocalipse e as epístolas de Paulo. Essa abordagem é amplamente influenciada pelo pensamento pentecostal e pelas tradições reformadas, que dão ênfase à iminência da volta de Cristo, à preparação da Igreja e à vitória final sobre o mal.

1. A Visão Pentecostal e a Escatologia

A Assembleia de Deus, sendo uma das maiores denominações pentecostais, acredita que a escatologia não é apenas um estudo acadêmico, mas uma chamada para a vivência prática da fé cristã, com esperança no retorno iminente de Cristo. A escatologia pentecostal enfatiza o arrebatamento da Igreja, a Grande Tribulação, a manifestação do Anticristo e a segunda vinda triunfante de Cristo.

Em 1 Tessalonicenses 4:16-18, a Igreja aprende que o arrebatamento ocorrerá de forma repentina, quando "o próprio Senhor descerá do céu com alarido, com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus". Este versículo, entre outros, é central na escatologia da Assembleia de Deus, que entende o arrebatamento como um evento que precede a Tribulação.

2. O Arrebatamento Pre-Tribulacional

Uma das principais doutrinas escatológicas da Assembleia de Deus é o arrebatamento pré-tribulacional da Igreja. Essa visão afirma que a Igreja será arrebatada antes do início da Grande Tribulação (Apocalipse 6-18), um período de sofrimento, perseguição e juízo divino sobre a terra. Esse entendimento se baseia em passagens como Apocalipse 3:10, onde Cristo promete guardar os fiéis da "hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro".

O arrebatamento é visto como a libertação da Igreja da ira de Deus, uma proteção contra o julgamento que será derramado sobre o mundo durante os sete anos de Tribulação. Durante esse período, o Anticristo surgirá como um líder mundial, enganando as nações e perseguindo os cristãos. Os crentes, porém, são chamados a se manter vigilantes, como vemos em Mateus 24:42, onde Jesus nos exorta a "vigilância", pois "não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor".

3. A Grande Tribulação

O período da Grande Tribulação é um tema importante na escatologia da Assembleia de Deus. Baseando-se em Mateus 24:21 e Apocalipse 7:14, a Igreja ensina que a Tribulação será um tempo de sofrimento imenso, em que o Anticristo governará o mundo e causará grande aflição àqueles que se recusarem a adorá-lo e aceitar a sua marca.

No entanto, a Assembleia de Deus ensina que, embora os cristãos enfrentem perseguições e dificuldades, Deus estará com o Seu povo, dando-lhes força para resistir, como já é exemplificado nas Escrituras em Apocalipse 13:10. A Igreja, portanto, permanece firme na esperança da vitória final de Cristo sobre o mal.

4. A Segunda Vinda de Cristo

A Segunda Vinda de Cristo é o evento central da escatologia cristã e da Assembleia de Deus. Em Apocalipse 19:11-16, vemos a descrição de Cristo voltando como um conquistador, trazendo juízo e justiça para a terra. Ele virá para derrotar o Anticristo, lançar o diabo no lago de fogo e estabelecer o Seu Reino milenar de paz e justiça. A Igreja, após o arrebatamento, retornará com Cristo em Seu glorioso advento.

A visão de que Cristo voltará de forma literal e visível é amplamente defendida pela Assembleia de Deus, que vê isso como um cumprimento das promessas feitas nas Escrituras. Em Atos 1:11, os anjos dizem aos discípulos: "Este Jesus, que dentre vós foi elevado ao céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir". A Segunda Vinda de Cristo será uma manifestação de glória e poder, e todos os crentes serão ressuscitados e receberão corpos glorificados.

5. O Reino Milenar e o Juízo Final

A Assembleia de Deus segue a visão de que Cristo reinará durante um período de mil anos na Terra, após Sua Segunda Vinda, conforme ensinado em Apocalipse 20:4-6. Este reino milenar será um tempo de paz, prosperidade e justiça, no qual os santos reinarão com Cristo. O juízo final ocorrerá após esse período, quando os ímpios serão ressuscitados e enfrentem a condenação eterna no lago de fogo, enquanto os justos entrarão no Reino de Deus, na Nova Jerusalém (Apocalipse 21:1-4).

A escatologia da Assembleia de Deus enfatiza que, enquanto aguardamos esses eventos, devemos viver uma vida de santidade, evangelismo e perseverança. Os cristãos são chamados a ser "sal da terra e luz do mundo", a cumprir o mandato de Jesus de pregar o evangelho a toda criatura, para que o Reino de Deus seja estabelecido em cada vida que se rende a Cristo.

6.  A Esperança da Igreja

A escatologia da Assembleia de Deus, como a de muitas igrejas pentecostais, é profundamente fundamentada nas Escrituras e centrada na esperança de que Cristo voltará em breve para restaurar todas as coisas. Esse retorno não é apenas uma expectativa teórica, mas uma realidade que molda a forma como os crentes devem viver, com um foco em santidade, vigilância e compromisso com a obra do Senhor.

A Igreja, portanto, aguarda com expectativa o cumprimento das promessas bíblicas, sabendo que a salvação final e a vitória sobre o mal estão garantidas em Cristo. A esperança da Igreja é que, independentemente das dificuldades e das tribulações do presente, a vinda de Cristo será a consumação de toda a história e o início de uma eternidade de comunhão com Deus.

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